Conduzida pela Analoc, cerimônia de abertura contou com convidados da Sobratema e Messe Muencheno
A Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) realizou a 10ª edição do seu Congresso Nacional de Valorização do Rental no dia 25 de abril, numa parceria com a M&T Expo.
Após agradecimento aos presentes e aos patrocinadores, o mestre de cerimônias Eurimilson Daniel, diretor da ANALOC e vice-presidente da Sobratema, iniciou a cerimônia de abertura com uma homenagem a João Alberto Darwich, presidente e fundador da Trimak, falecido em março.
Na sequência, Paulo Esteves, presidente da ANALOC e fundador da Nest Rental, destacou a importância da atividade de locação de equipamentos para a economia nacional – nas suas palavras, um setor ainda discreto, mas que representa mais de 45 mil empresas.
“Nosso desafio é focado em três pilares: pessoas, valorização do Rental e sustentabilidade”, acrescentou.
Outros dois representantes do setor tiveram a palavra na abertura. Afonso Mamede, presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) destacou o grande apoio e incentivo que a entidade sempre ofereceu ao Rental. “Hoje, trata-se de um mercado consolidado, com presença em todo o país”.
Rolf Pickert, CEO de Messe Muenchen do Brasil, realizadora da M&T Expo, também lembrou que o Rental tem crescido de forma sustentável nos últimos anos.
O “anfitrião” fez questão de dar as boas-vindas ao congresso: “A M&T Expo é a casa do Rental, da Sobratema e da Analoc”.
Líder no setor de locação de equipamentos, Mills tem trajetória inspiradora
A primeira palestra do Congresso Nacional de Valorização do Rental, promovido pela Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) no dia 25 de abril, durante a M&T Expo, teve como tema a “Liderança”.
Para a apresentação, ninguém melhor que Sérgio Kariya, CEO da Mills, empresa líder na América Latina em locação de equipamentos e que, recentemente, investiu R$ 360 milhões para entrar no segmento de linha amarela, ou seja, equipamentos utilizados em construções, terraplanagem e mineração.
Ao traçar a trajetória da empresa, o executivo destacou sua participação nas principais obras do Brasil, verdadeiros marcos históricos, sempre em parceria com as grandes construtoras.
Citando alguns dos períodos mais desafiadores da Mills, Kariya lembrou o ano de 2014, quando o estouro do escândalo da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato jogou o setor de construção em uma crise sistêmica.
“Perdemos 30% da receita entre o último trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2015. A inadimplência passou de 1,7% para quase 15%”, lamentou.
Com a recuperação do mercado, em 2019 foi anunciada a fusão da Mills com a Solaris. A pandemia de Covid-19, que chegou ao Brasil no início do ano seguinte, parecia um obstáculo no processo de estruturação da nova empresa, mas acabou colaborando ao se tornar um “inimigo comum”.
De acordo com o CEO, a atual situação de liderança da Mills deve uma parcela relevante à política de diversidade, que incluiu mulheres em posições de liderança: “Hoje, dos oito membros do Conselho, três são mulheres”.
Kariya concluiu elencando o que considera os principais desafios da empresa nos dias de hoje: aumentar a vida útil dos equipamentos e conscientizar os clientes sobre as vantagens da locação em vez da aquisição de equipamentos.
Presidente da Tecnogera compartilha experiência como empreendedor
Em continuidade ao 10º Congresso Nacional de Valorização do Rental, promovido pela Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) no dia 25 de abril em parceria com a M&T Expo, Abraham Curi, presidente da Tecnogera Energia de Equipamentos conduziu a terceira apresentação sob o tema “Empreendedorismo”.
A escolha do palestrante foi bastante acertada, já que Curi começou a empreender ainda muito jovem e hoje a Tecnogera é referência em projetos de energia temporária, atuando também nas áreas de mercado livre de energia, controle de temperatura e eletrificação de equipamentos.
O executivo se viu forçado a assumir o papel de empreendedor aos 22 anos quando, casado e com dois filhos, perdeu o emprego. Ele contou toda sua trajetória, desde revendedor de máquinas para fabricação de suco de laranja até a entrada no mercado de energia.
Para ele, hoje o Rental vem ganhando resiliência e eficiência, muito em razão dos desafios impostos pela economia, política e geopolítica. “A cultura pela locação acelerou muito nos últimos anos. Hoje, o cliente prefere a experiência de usuário à de ser proprietário”, acrescenta.
Voltando a falar de empreendedorismo, o presidente da Tecnogera elencou os dois pilares sobre os quais baseou sua trajetória: ter propósito e cumprir acordos.
“O propósito é fundamental, porque ajuda a engajar o time e a retroalimentar a cultura da empresa. E eu acredito muito que cumprir acordos leva você para lugares melhores e aumenta a credibilidade, o que ajuda a atrair investimentos”, detalha.
Para quem está começando agora, Curi deixa outros dois conselhos: “A primeira coisa é fazer a análise técnica do mercado com as informações disponíveis; a segunda é ter fé, acreditar”.
Sobre sua área de atuação, ele acredita que a eletrificação é um caminho sem volta: “Hoje, essa é a principal dor de quem precisa tomar decisão. O papel da Tecnogera é garantir uma segurança extra para o cliente que trabalha com fornecimento de energia”.
SH Andaimes é exemplo dos desafios enfrentados por empresas familiares
Ausente do 10º Congresso Nacional de Valorização do Rental em razão de outros compromissos, Ruth Katz Gelband, diretora da SH Andaimes e Escoramentos, gravou sua apresentação em vídeo para falar dos “Desafios das empresas familiares”. Apesar da ausência, sua experiência não foi menos inspiradora.
Ruth destacou o DNA empreendedor da família relembrando a história de seu avô e, depois, de seu pai, até que ela assumiu a frente da operação. “Eu sou sucessora do meu pai na empresa e levei tempo para reconhecer o valor do meu trabalho”, afirmou.
A executiva começou a carreira desbravando caminhos: na década de 1990, era uma das duas únicas mulheres na mesa de operações de uma das maiores empresas do mercado financeiro, o banco BTG Pactual.
Depois de idas e vindas na empresa familiar, ela finalmente se estabeleceu na SH: “Eu conquistei meu espaço e o respeito do meu pai”.
Uma das grandes mudanças implementadas por Ruth foi criar uma política de remuneração variável na SH, usando o conhecimento adquirido durante sua passagem pelo mercado financeiro.
“A gente oferece remuneração variável aos colaboradores muito antes da lei da PLR”. Ela se refere à lei 10.101, de 2020, que regulamentou a Participação nos Lucros e Resultados dos empregados prevista na Constituição de 1988.
Para dar mais profissionalismo à gestão familiar que herdara, Ruth conta que instituiu um Conselho Consultivo formado por pessoas de fora da empresa. “São eles que me cobram, colocam o dedo na ferida, para que eu siga melhorando”.
O 10º Congresso Nacional de Valorização do Rental foi promovido pela Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) no dia 25 de abril, em parceria com a M&T Expo.
Aula de economia com Denise Campos de Toledo
Conceituada jornalista tratou das incertezas do ambiente econômico e do papel do Rental como solução setorial
Pela terceira vez, a jornalista e apresentadora especializada em economia e política apresentou o “Cenário econômico, desafios e oportunidades do Brasil” para os profissionais do Rental – desta vez, na 10ª edição do Congresso Nacional de Valorização do Rental, promovido pela Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) e M&T Expo no dia 25 de abril.
Denise abriu sua palestra falando do cenário de incertezas, que afeta os negócios e, principalmente, os investimentos das empresas. “As projeções das perspectivas para a economia brasileira estão em revisão em vários sentidos”, alertou.
Entre fatores positivos e desafiadores, a jornalista destacou a surpresa com a variação do dólar, que depois de um período de estabilidade vem batendo recordes nas últimas semanas. Vale lembrar que a moeda americana influencia várias áreas da economia.
Outro ponto foi o aumento da massa salarial – aumento de R$ 20 bilhões em um ano – e seu impacto direto no consumo. Ela discorreu também sobre o PIB previsto para 2024, inflação, taxa básica de juros, meta fiscal, dívida pública, balança comercial e mercado de trabalho.
“O cenário externo geopolítico, as pressões por mais gastos pelo governo e a mudança da meta fiscal estão entre esses fatores de incerteza na economia brasileira”, apontou.
Ela chamou atenção para a questão dos gastos governamentais, em especial da previdência, que foi o que mais cresceu neste ano. Para Denise, em algum momento será necessário fazer uma nova reforma (a última se deu em 2019). Do mesmo modo, ela aponta a urgência da reforma administrativa, cujo projeto encontra-se parado no Congresso Nacional.
Ainda sobre o poder público, a jornalista destacou mais um fator gerador de incertezas: “Quando se fala em investimentos externos, tem um outro problema que é a interferência do governo em empresas como Petrobras e Vale. O investidor estrangeiro vê isso e sente insegurança”.
Para ela, o Rental se posiciona como uma solução para setores como construção civil e mineração: “O Rental pode facilitar adequação das empresas à evolução da sua atividade, porque vai fornecer o que elas necessitam para atender às expectativas setoriais”.
Denise fechou a apresentação fazendo um contraponto ao que disse no início: “Mais do que tudo, todos nós temos que trabalhar com perspectivas realistas da economia”.
Debate de encerramento: o papel do Rental na economia hoje e amanhã
Para fechar o 10º Congresso Nacional de Valorização do Rental, todos os palestrantes do dia foram chamados de volta ao palco para um debate, sob mediação do mestre de cerimônias Eurimilson Daniel, diretor da ANALOC e vice-presidente da Sobratema.
Sobre a importância do Rental, Paulo Esteves, presidente da Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas, promotora do congresso em parceria com a M&T Expo), ressaltou a quantidade de 45 mil empresas e a estimativa de R$ 70 bilhões de faturamento anual.
Porém, chamou atenção para alguns desequilíbrios: “Nós temos empresas com alto nível de governança e outras que não sabem fazer conta. Nossa obsessão é tornar esse ambiente o mais profissional possível”.
A jornalista e apresentadora especializada em economia e política voltou a tocar na questão das incertezas econômicas e seu impacto na saúde financeira dos empreendimentos: “Dependendo das circunstâncias, a situação de uma empresa pode mudar, por mais sólida que ela seja”.
Ela classificou o momento atual como bom para os investimentos, porém abaixo das necessidades do país. O aumento, na sua análise, passa obrigatoriamente pelo papel do governo em oferecer um cenário mais estável.
“No Brasil, a gente tem que lidar com mudanças políticas muito rápidas, não tem um planejamento linear. Por isso que o planejamento empresarial é fundamental”.
Questionado pela plateia sobre um ponto abordado em sua apresentação anterior, a ética nos negócios, Abraham Curi, presidente da Tecnogera, reforçou sua posição: “Não tem outro caminho para criar credibilidade. Não existe consolidação de uma empresa se não houver compliance”.
Ainda na questão da credibilidade como métrica para atração de investimentos, Sérgio Kariya, CEO da Mills, cobrou que mesmo empresas de capital fechado – e que, portanto, não têm obrigação de divulgar seus resultados para o mercado – tenham uma gestão ética, transparente e bem-estruturada. “Isso facilita a análise de crédito pelos bancos”.
Como mensagem final ao setor, Eurimilson Daniel reafirmou a meta da Analoc de progredir de associação para uma federação, com participação de outras entidades. “É uma pauta permanente aumentar nossa representação em Brasília para levar as demandas do Rental”.
Fonte: Assessoria de Imprensa